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Peregrinações de cristãos para Jerusalém

A “Peregrinação” eram caravanas de cristãos católicos que visitavam Jerusalém desde a criação da Igreja Católica. Como já estudamos, Constantino é visto como um dos fundadores da Igreja Católica. Ele tinha uma mãe chamada Helena, que é conhecida no catolicismo como Santa Helena.

Helena também se converteu ao Cristianismo e acabou organizando em 326 d.C uma expedição para Jerusalém como forma de encontrar lugares sagrados, como o Santo Sepulcro (lugar que o corpo de Cristo ficou antes de ser ressuscitado), o monte Gólgota, entre outros. A atitude de Helena, que também é uma das santas da Igreja Católica, provocaria o costume cristão de peregrinar na cidade santa, mesmos séculos depois. A partir daí, eram constantes caravanas de cristãos católicos que iam até a Terra Santa (Palestina e Jerusalém) visitar os lugares sagrados que Jesus passou, como narrado na Bíblia.

Detalhe: haviam dois tipos de cristãos nesta época basicamente: os “cristãos desconhecidos”, que a Igreja não tinha origem ou dados sobre eles, mas que foram ganhos pelos apóstolos e outros discípulos, e os cristãos da Igreja Católica. Estes que tinham o tal costume de frequentar Jerusalém em caravanas conhecidas como “peregrinações”.

A Conquista de Omar mudaria tudo

Após a morte de Maomé (em 632 d.C), a comunidade islâmica na época escolheria então um sucessor, que são  chamados de Califa. O primeiro Califa após a morte de Maomé foi seu amigo próximo Abacar, em 632. Com a morte  de Abacar, foi nomeado Omar como segundo Califa, em 634. Foi sobre o Califado de Omar, em 637, que Jerusalém foi tomada pelos Muçulmanos. Jerusalém e a Palestina já estava tomada pelos Muçulmanos há mais de 400 anos antes das primeiras cruzadas.

Afinal de contas, o que foram as Cruzadas?!

As Cruzadas foram movimentos militares, todos com aval da Igreja Católica, com objetivo de devolver a cidade sob domínio dos cristãos católicos após quase 500 anos de domínio muçulmano. Foi verdadeiramente uma guerra particular entre católicos x muçulmanos pelo território da Palestina e da cidade de Jerusalém. Ao todo, aconteceram um total de 9 Cruzadas (aprenderemos sobre cada uma delas em nossos estudos), sendo 8 delas organizadas pela Igreja Católica.

Ao que tudo indica, os cristãos católicos não se sentiam seguros em visitar a Palestina e Jerusalém em amplo domínio turco (dos muçulmanos). Algo precisava então ser feito. Mas se a Igreja Católica estava preocupada apenas com cargos de liderança, como foi que eles tiveram a vontade de invadir Jerusalém após quase 500 anos de domínio muçulmano?!

A Cruzada de Pedro de Amiens

Pedro de Amiens (também conhecido como Pedro, o Eremita) foi um Monge (Monasticismo) francês que fez uma peregrinação para Jerusalém em 1093 d.C. Segundo informações, Pedro ficou INDIGNADO com a maneira de como os cristãos católicos foram tratados pelos novos donos da cidade e motivou entre os demais cristãos da Europa tirar os Muçulmanos do território sagrado a fio de espada.  Pedro chegou a dizer o seguinte:

Pedro conseguiu então motivar parte dos católicos da Europa a se ajuntarem com ele para a batalha contra os Muçulmanos. Detalhe: o evento não partiu exclusivamente da liderança da Igreja Católica, e sim deste simples monge.

Como já falamos, o veneno da serpente já corria nas veias da Igreja corrompida. Diante do discurso de ódio de Pedro, ele acabou sendo frequentemente interrompido pelo povo, que dizia em alta voz “Deus assim o quer!”, “Deus assim o quer!”. Ele também prometeu a absolvição de pecados para quem se ajuntasse com ele na batalha para tirar os Muçulmanos da Palestina, e depois, de Jerusalém. A peregrinação de Pedro de Amiens foi conhecida na história como Cruzada Popular, Primeira Cruzada (mas ela não foi a primeira cruzada da Igreja) ou Cruzada dos Pobres ou Mendigos. 

60 mil pessoas atenderam seu chamado e partiram para a Palestina, na Primavera de 1096. Foram facilmente derrotados na primeira batalha contra os turcos. Cerca de 20 mil pessoas voltaram para contar a derrota. Muito provavelmente as Cruzadas em si aconteceram por causa de Pedro de Amiens, já que a Igreja Católica já tinha conhecimento de sua expedição por conta própria. Talvez sabendo da notícia, o Papa Urbano organizaria a Primeira Cruzada no ano seguinte.