Lição 33 - Inquisição

Depois da época das Cruzadas, a Igreja Católica aumentou muito o seu poder. Tal soberania acabou sendo ameaçada por diversas pessoas que não concordavam não apenas com sua doutrina, mas tinham pensamentos (e conhecimentos) diferentes da Igreja, principalmente conhecimentos científicos. Assim sendo, a Igreja montou um tribunal para combater ferozmente estes tipos de “crimes”, conhecidos como Tribunal do Santo Ofício, ou Inquisição.

Na Lição 31 já tínhamos citado os Julgamentos Eclesiásticos, onde casos de adultério, fornicação, incesto, blasfêmia etc eram julgados pela Igreja (ao invés do tribunal civil comum). O Tribunal do Santo Ofício era um julgamento muito maior e mais cruel, já que ele não visava apenas condenar erros contra a fé Católica, mas QUALQUER COISA que fosse contra a Igreja. A morte dos Templários (Lição 30) pode ser dizer que foi um “protótipo” do que o Tribunal do Santo Ofício faria anos depois, ou talvez eles agiram ainda pior…

E por qual motivo as pessoas eram julgadas e condenadas pelo Tribunal do Santo Ofício?!

Havia um princípio eclesiástico para que a Inquisição pudesse julgar alguém. Assim sendo, de acordo com a História, o Tribunal do Santo Ofício procurava por Hereges. Mas o que são “Heresia” ou “Hereges”?!

Heresia e Hereges (2 Pedro 2.1): Na Bíblia, só existe uma passagem que aponta o termo “heresia” . Essa palavra vem do latim haieres e do grego αἵρεσις, e seu significado é ESCOLHA/OPÇÃO, em alguns casos ela pode ser chamada também como “seita”. Eu fiz um vídeo no Youtube chamado O quê é Heresia?, que explica melhor toda essa história. Santo Agostinho (um dos maiores estudiosos da Bíblia, conforme falamos sobre ele na Lição 18), disse que “inteiramente impossível, ou em todo o caso a coisa mais difícil” dar uma definição sobre Heresia. 

Então, se um dos maiores estudiosos da Bíblia de todos os tempos, não tem base para definir realmente o que é uma Heresia, ou um Herege, porque algumas pessoas insistem nisso? Principalmente a Igreja Católica, com a qual falaremos mais a frente neste estudo.

A Inquisição durou aproximadamente 588 anos, se dividindo em duas frentes principais:

Caça às Bruxas!

Como já falamos, a missão do Tribunal do Santo Ofício era encontrar supostos hereges. Quando eles chegavam numa aldeia ou cidade, primeiro ficavam ali por um mês. Esse tempo era chamado de Período da Graça. Enquanto ele estava ativo, os supostos hereges poderiam confessar seus crimes, como se fosse uma delação: assim, durante este período, eles poderiam ter penas mais leves em caso de condenação. 

Depois de um mês, o “Período da Graça” chegaria ao fim. Depois disso, o Tribunal do Santo Ofício também poderia receber denúncias anônimas de “hereges”. Caso alguém fosse acusado, deveria prestar contas ao Tribunal. O réu, uma vez acusado, raramente tinha direito a um advogado e muitas vezes acabava confessando o erro por conta de diversos instrumentos de torturas usado pelo tribunal para arrancar a “confissão”. Existia até mesmo Instrumentos de Tortura usados pelos Inquisidores para torturarem os réus.

Em caso de condenação, o acusado então era levado pelo Tribunal até a praça central da cidade ou aldeia, hostilizado também pelo povo. Esse ritual era chamado de AUTO-DE-FÉ. Havia sempre a presença de um rei no local. Ali, era lida em voz alta a sentença ao condenado. As penas mais leves eram a Excomunhão (era expulso da Igreja, se fosse Católico) até mesmo ser queimado na fogueira (como os Templários foram). Mas ainda havia uma chance de evitar o castigo de morrer na fogueira em caso de última renúncia, se convertendo a fé Católica. Mesmo assim, caso consiga fugir da Fogueira, o destino do condenado era a prisão perpétua, mas haviam outros períodos de tempo na prisão.

GALILEU GALILEI → Foi condenado pelo Tribunal do Santo Ofício por causa do estudo sobre Heliocentrismo (Terra girando em torno do Sol). Acabou abrindo mão do conhecimento sobre Heliocentrismo para não ser mandado para fogueira, mas contrapartida acabou em prisão perpétua domiciliar.