Na lição passada falamos sobre John Wycliffe, o Primeiro Reformador de uma série de muitos outros que foram surgindo, a fim de criticarem as doutrinas da Igreja Católica. Hoje falaremos sobre alguns deles. 

Os escritos de John Wycliffe realmente estavam chamando a atenção de muitos, e sendo um problema maior para a Igreja Católica. Uma das pessoas que foram cativadas pelos textos antipapais foi Jan Hus (também conhecido como João Huss), um padre em busca da verdade que acabou sendo morto pela própria Igreja por causa de sua fé. Huss era um padre severo, mas também trabalhava como Reitor de uma Universidade. Talvez foi pela Universidade que Huss teve acesso aos escritos de Jhon Wycliffe.

Vamos deixar claro alguns pontos: Jhon Wycliffe era inglês, nascido na Inglaterra em 1384, enquanto João Huss nasceu no Reino da Boêmia (atual República Tcheca). Uma época sem internet, os escritos de Jhon Wycliffe já alcançavam a distância de quase 1.500 km. A admiração de João Huss por Wycliffe era tão grande que ele pedia para, após a morte, que sua alma se juntasse com a de Jhon Wycliffe para que eles podam se conhecer na eternidade.

Aos poucos, João Huss foi conquistando mais pessoas com seu sermão, sendo um problema para a Igreja Católica, a longo prazo. A Igreja deu primeiro alguns avisos para que não continuasse com suas mensagens, e tomaria medidas mais violentas se ele não desse valor a tais avisos. João Huss não se importou e continuou com a Reforma, e pagou com a vida por isso.

A venda de Indulgências e a Revolta de João Huss

Assim como na época das Cruzadas, era prometida a salvação para as pessoas que cumprissem a vontade da Igreja. Em 1411, o Papa de Roma (João XXIII), proclamou uma guerra contra o Rei de Nápoles. Quem aceitasse o chamado de lutar nessa guerra receberia a Indulgência, garantindo a salvação. Quando soube disso (Huss era Padre) ficou indignado, e começou a pregar contra essa Cruzada.

Quando os Missionários do Papa foram até o Reino da Boêmia convocar o povo para a Cruzada, receberam o NÃO do próprio povo, motivado pelas pregações de João Huss, conhecido como “pequeno Ganso de Deus”. Antes que alguém pergunte, João Huss era chamado de Ganso porque nasceu na “Cidade do Ganso”, como era conhecida na época sua cidade natal.

Os Missionários do Papa mataram três chefes do povo, que foram presos secretamente por ordem do senado. Porém, o povo descobriu e acabou invadindo a prisão onde estavam os três chefes mortos. Seus corpos foram capturados e enterrados sob o título de martir. Quando Huss soube disso, descobriu o tamanho do problema que estava envolvido e seria obrigado a responder sobre isso. Assim sendo, saiu de onde estava e continuou suas pregações em outros lugares, para sua própria segurança.

A perseguição da Igreja Católica em João Huss

João Huss foi chamado para dar esclarecimentos sobre a invasão do povo à prisão para o Vaticano. O mesmo não compareceu e foi excomungado pela Igreja. Mesmo assim, ele continuou ganhando cada vez mais seguidores, mesmo não sendo mais padre.

Os escritos de Jhon Wycliffe, nesse tempo, já eram um grande problema para a Igreja Católica. A Igreja criou um Concílio a fim de debater esse problema, e Huss (mesmo sendo excomungado) foi chamado. Ele compareceu. Huss acreditava que não seria oprimido pela Igreja, por duas razões.

1) Os membros daquele Concílio tinham a mesma visão que ele (pelo menos ele pensava assim).

2) Ele tinha um documento do Imperador Alemão, que impedia sua prisão.

Assim que chegou em Constância, local do Concílio, Huss foi preso imediatamente sob acusação de Heresia, mesmo com o documento do Imperador Alemão. A Igreja Católica, para resolver esse problema, criando um decreto novo que anularia o documento salvo-contudo que Huss tinha. Nesse decreto, o documento de Huss perdia o valor na mão de herege, e como Huss era considerado um pela Igreja Católica. 

Huss então ficou numa prisão úmida, imunda, com uma comida ruim e em poucas quantidades. No seu julgamento, ele profetizaria a vinda de Martinho Lutero, o último Reformador. Vamos falar sobre isso na próxima lição.