A História de Alexandre: Evangelismo Noturno é ALGO MUITO SÉRIO!

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Foto: Pixabay

Eu acho que não contei isso por aqui, mas vou aproveitar esse espaço para falar um pouco sobre uma época maravilhosa com a qual já trabalhei com Evangelismo Noturno. Uma vez aconteceu uma coisa que eu nunca esqueci na minha vida, mas devo falar em outro post em sequência.

Seja como for, eu sei que muitos querem fazer Evangelismo na rua, dando comida para os moradores de rua, mas precisamos de uma estrutura. Já pensou na possibilidade de alguém aceitar a Jesus naquele momento? Assim sendo, ele não poderá continuar nas ruas... Por conta disso, é muito importante ter sempre contato com algum abrigo cristão que pode deixar aquela alma sob cuidados. O problema disso é saber se o abrigo realmente cumpre a missão de Cristo ou é apenas mais um como desculpa para ganhar mais dízimos e ofertas. Lendo você entenderá o porque estou dizendo isso.

Já fazia aquele trabalho com duas irmãs e a minha noiva nas ruas de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ali entregávamos comida aos moradores de ruas como porta de entrada para falar de Jesus Cristo para eles. Como eu fazia aquele trabalho por algum tempo (não me recordo de quanto tempo agora), em uma dia eu pedi a Deus o seguinte:

"Senhor, eu tenho feito esse trabalho há algum tempo. Me dá uma alma hoje".

A noite, tudo seguiu normal. Sempre levamos quentinhas com comidas preparadas pelas irmãs, além de água. Além de sair distribuindo pelas ruas, conhecíamos algumas histórias interessantes. Só sei que no fim do Evangelismo apareceu alguém para conversar conosco, a fim de saciar sua fome. Seu nome era Alexandre, ele era uruguaio e andava com monte de correntes, brincos, sei lá... 

Minha noiva estava no carro. Neste dia, um irmão que tinha uma vida de jejum estava conosco, tinha voltado do monte. Ainda bem.

Quando esse Alexandre estava conosco, preguei para ele (essa é minha chamada!). Alexandre chegou a contrair AIDS por fazer sexo já que trabalhava como garoto de programa nas ruas do bairro e tinha até uma ferida acima da cabeça. Isso não importa pra mim. Anunciei Cristo para ele, e ele aceitou esse chamado.

Em seguida, a legião de demônios que estava com ele se manifestou. Tiveram que segurar ele. Ele não falou nada para mim, mas me encarou nos olhos com um ódio muito grande. Parecia o olhar de que estava me dizendo "porque estragou meus planos"? Houve um trabalho de Libertação ali. Não tinha autoridade para lidar com aquela situação, e os demônios foram expulsos pelo meu amigo que estava comigo naquele momento. Até brinquei com ele no final sobre isso.

Bem... as irmãs montaram um trabalho de Evangelismo com a qual fui chamado para ajudar. Uma pessoa que vivia nas ruas decidiu aceitar a Jesus. E agora? Para onde levamos?

Não tínhamos lugar para deixar Alexandre, que era estrangeiro (uruguaio), mas demos o número do telefone (o meu) e o endereço da igreja (que era um pouco longe dali) e marcamos de buscá-lo na noite de seguinte. Alexandre não apareceu como combinado.

Todos nós daremos conta dos nossos próprios atos

Quando meu pai estava naquela igreja junto comigo, ele sempre trabalhava lá aos Sábados, fazendo manutenção do templo (meu pai é pedreiro). Por incrível que pareça, Alexandre achou a igreja pelo endereço que deixamos no papel. Ele queria Jesus. Queria um abrigo. Meu pai e outros deram comida para ele e deixaram ele tomar banho no banheiro da igreja. O Pastor acabou levando para um abrigo.

O problema maior é que a Igreja que eu fazia parte dava doações mensais para o abrigo, que NUNCA nos deu a oportunidade de visitar Alexandre, saber como ele estava, etc. Chegaram até mesmo a MENTIR, dizendo que o cara tinha voltado para o Uruguai. Alguns meses depois, o pastor e esse meu amigo que me salvou na Libertação dele encontraram ele novamente se prostituindo nas ruas de Campo Grande.

Eu te pergunto: quem é a responsabilidade? Lembrando que o abrigo recebia doação da igreja, mas nunca deu qualquer informação a respeito daquela pobre alma que queria mudar de vida. Eu sinceramente nem sei mais o que aconteceu com o amigo Alexandre. 

Concluindo: Evangelismo noturno é algo sério. Não se trata de caridade apenas. Quem for engajar neste ministério tem que saber que está lidando com vidas. É preciso estrutura e responsabilidade, e não desculpa para arrecadar mais dízimos e ofertas. Lembre-se que quando você dá roupas a quem come e lugar para dormir, está fazendo para o próprio Cristo.

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